O presente artigo reflete sobre as diferentes compreensões do fenômeno da «participação política juvenil», argumentando que o discurso dominante nas ciências sociais naturaliza o sistema de representação política e subvaloriza outras expressões políticas presentes na juventude. Com o objetivo de visualizar estas expressões, o artigo faz uma análise dos discursos e práticas de quatro jovens participantes de coletivos culturais e estudantis da Província de Concepción, no Chile. A análise permitiu constatar que os jovens não se distanciam do «político» propiamente dito, mas da concepção da política representativa, a qual, em sua opinião, tem como principais características a burocracia, a hierarquía, o centralismo eleitoral e o autoritarismo, entre outros. Diante da rejeição ao sistema de representação política, os jovens propõem novas práticas sociopolíticas definidas pela participação eqüitativa, pelo assembleísmo, a autogestão, o pluralismo e a culturalização da política.