O artigo apresenta um estudo dos discursos sobre pobreza produzidos por jovens voluntários que participam de três programas sociais da cidade de Valparaíso. A pesquisa foi do tipo qualitativa-discursiva e foram realizadas análises de textos, entrevistas semi-estruturadas individuais e em grupo. Um total de três técnicos responsáveis por cada programa e 24 jovens participaram do estudo. Os resultados mostram uma ordem discursiva caracterizada por apresentar três variedades em pobreza: a) enfoque individual, b) enfoque estrutural e c) enfoque existencial. Numa ordem socio-institucional caracterizada por um processo de mercantilização da vida social, perda de influência da esfera estatal, emergência da esfera relacional e alto consenso nas estratégias de intervenção social na pobreza, a primeira variedade discursiva circula com maior autoridade e legitimidade; a segunda, tende a estar em processo de desautorização, e a terceira variedade se invisibiliza, sem perder a legitimidade de circulação.