Este artigo apresenta um estudo das representações sociais da política e da democracia, elaboradas por uma amostra de jovens entre 18 e 29 anos de idade. Para a análise de tais representações utilizou-se um método de associação livre de palavras a um conjunto de estímulos e um questionário de avaliação, o qual toma a forma de um diferencial semântico. Os resultados obtidos através da associação livre de palavras são analisados por meio de métodos multivariados (análise de conglomerados, escalamento multidimensional e análise de correspondências). Os resultados do questionário de imagem são resumidos em quatro fatores principais, cujas médias são comparadas segundo diversos critérios de classificação. O principal efeito observado é a rejeição, por parte dos sujeitos da amostra, em participar através dos canais institucionais e por meio de métodos convencionais de ação política. Sua ação nos indica que estes jovens, longe de não conferir importância à vida política, concebem um significado novo do político e que pode ser contraposto às definições mais tradicionais. Por outro lado, é evidente seu desencanto com a democracia realmente existente, podendo identificar-se em suas relações cotidianas formas alternativas de organização, que consideram mais próximas de sua versão de democracia.