Objetivo: analisar as trajetórias de formação e de trabalho de técnicas/os de enfermagem sob a perspectiva de gênero, sobretudo da divisão sexual do trabalho (DST). Metodologia: pesquisa qualitativa em uma cidade brasileira de grande porte, com o uso da história oral para a compreensão das trajetórias de trabalho e formação, os motivos e as escolhas de entrada na profissão. Foram realizadas entrevistas com 11 técnicos de enfermagem (nove mulheres e dois homens). Resultados: a entrada na profissão é motivada pela obtenção de emprego; melhoria nas condições salariais para homens e mulheres, e desejo de cuidar relacionado à “vocação” e à influência familiar. Algumas mulheres tiveram interrupções devido ao trabalho reprodutivo; as descontinuidades nas trajetórias não foram vivenciadas pelos homens e pelas jovens e sem filhos. Conclusões: a abordagem da DST permitiu compreender os diferentes percursos para o trabalho de cuidado entre os gêneros e os motivos das interrupções na carreira e do trabalho.
Palabras clave:
Gênero e saúde, enfermagem, trabalho, mulheres trabalhadoras
Biografía del autor/a
Cristiane Batista Andrade, Fundación Oswaldo Cruz
Doutora em Educação e Pós-Doutorado em Enfermagem pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Titular da Fiocruz/Ministério da Saúde, Brasil.
Tatiana Giovanelli Vedovato, Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Doutora e Pós-Doutorado em Enfermagem pela Universidade Estadual de Campinas. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil.
Inês Monteiro, Universidade Estadual de Campinas
Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo. Professora Associada da Universidade Estadual de Campinas, Brasil.
Batista Andrade, C., Giovanelli Vedovato, T., & Monteiro, I. (2023). Percursos e percalços na formação para o cuidado de enfermagem: questões de gênero. Revista Punto Género, (20), pp. 206–240. https://doi.org/10.5354/2735-7473.2023.73466